Enquanto pesquisamos ou navegamos na internet estamos sempre expostos aos olhos de outras pessoas, quando simplesmente escrevemos “amor” ou “dor de cabeça”, esse pedaço de informação que pensamos estar apenas a partilhar em segredo a uma máquina não é assim tão privado quanto julgamos. Por detrás desse simples gesto a informação que sem saber divulgamos está a ser registada e ao mesmo tempo comparada, cruzada e confrontada com todas as suas outras pesquisas, o que pode por exemplo revelar pormenores sobre si, sobre a sua família e os que o rodeiam, sobre problemas pessoais ou de saúde que pensa serem apenas seus e que nunca foi sua intenção partilhar assim tão abertamente. O aproveitamento das suas perguntas em motores de busca e a abordagem de outros assuntos em redes sociais, são alguns exemplos das palavras que nos são confiscadas, incluindo conversas privadas em salas de convívio e derivados. O que realmente importa é que estamos a ser analisados, observados e vigiados a tempo inteiro, essa é a realidade virtual que assusta. Ponderam sobre as nossas vivências e experiências como se nos quisessem controlar ou levar a algo, a um produto, a um estilo de vida sedentário, sempre em casa… e mesmo sabendo disso tudo, continuamos, porque já não temos outra alternativa.
Na internet aprende-se muita coisa também, assim como é relativamente fácil aceder a informações pessoais, também o é a tanto outro conteúdo diverso, interessante, muito interessante e novo... tudo é mesmo fascinante e diferente, mesmo depois de tempo, muito tempo a navegar, comunicar, aprender e descobrir… chegamos à conclusão que nunca iremos saber tudo, de tudo e sobre tudo, que afinal é muito, que existe tanta coisa.
Dormimos menos a pensar que aprendemos mais.