sábado, março 24, 2012

Pegadas


Enquanto pesquisamos ou navegamos na internet estamos sempre expostos aos olhos de outras pessoas, quando simplesmente escrevemos “amor” ou “dor de cabeça”, esse pedaço de informação que pensamos estar apenas a partilhar em segredo a uma máquina não é assim tão privado quanto julgamos. Por detrás desse simples gesto a informação que sem saber divulgamos está a ser registada e ao mesmo tempo comparada, cruzada e confrontada com todas as suas outras pesquisas, o que pode por exemplo revelar pormenores sobre si, sobre a sua família e os que o rodeiam, sobre problemas pessoais ou de saúde que pensa serem apenas seus e que nunca foi sua intenção partilhar assim tão abertamente. O aproveitamento das suas perguntas em motores de busca e a abordagem de outros assuntos em redes sociais, são alguns exemplos das palavras que nos são confiscadas, incluindo conversas privadas em salas de convívio e derivados. O que realmente importa é que estamos a ser analisados, observados e vigiados a tempo inteiro, essa é a realidade virtual que assusta. Ponderam sobre as nossas vivências e experiências como se nos quisessem controlar ou levar a algo, a um produto, a um estilo de vida sedentário, sempre em casa… e mesmo sabendo disso tudo, continuamos, porque já não temos outra alternativa.
Na internet aprende-se muita coisa também, assim como é relativamente fácil aceder a informações pessoais, também o é a tanto outro conteúdo diverso, interessante, muito interessante e novo... tudo é mesmo fascinante e diferente, mesmo depois de tempo, muito tempo a navegar, comunicar, aprender e descobrir… chegamos à conclusão que nunca iremos saber tudo, de tudo e sobre tudo, que afinal é muito, que existe tanta coisa.

Dormimos menos a pensar que aprendemos mais.

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